quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

ENTREVISTA COM MARCOS DA BANDA SAL DA TERRA

Entrevista concedida ao blog som do céu.
Encontrar o Marcos é ter a certeza de um bate-papo agradável, de ouvir causos tão interessantes como engraçados, e também de aprender lições de vida. A sua dedicação com a evangelização do sertão é tocante e motivacional. Liderando o grupo Sal da Terra, ele está levando a boa notícia em lugares tão distantes como Sururu de Capote; Sabe onde que fica? Não? O Marcos dá a dica: fica pertinho de Trapiche. Aprendeu agora? Essas dicas geográficas do Sertão não estão na entrevista! Mas você pode ouvir histórias que aconteceram nessas cidades no show do Sal da Terra no Som do Céu. O Marcão conta, você ri, O Sal da Terra toca, você dança. E no final, você ainda vai embora sentindo que está um pouquinho mais perto do Nordeste. Aproveite!

Blog : Olá, Marcos! Há quantos anos você está envolvido com a música cristã?

Marcos: Na música Cristã estou com 16 anos e no Sal da Terra 13.

Blog : Como começou o Ministério Sal da Terra? Conte-nos um pouco sobre este trabalho.

Marcos: O Sal da Terra nasceu do desejo de ir com a música onde, geralmente, a igreja não gosta de ir – sítios, favelas... Logo no início da nossa caminhada, conhecemos uma missão paraibana, a JUVEP, que trabalha no sertão, aí descobrimos o nosso foco ministerial. Hoje atuamos no sertão nordestino evangelizando o sertanejo, e nas demais igrejas, levamos uma mensagem de conscientização sobre a necessidade de um maior envolvimento com a obra missionária.

Blog : Você também é veterinário. Como consegue conciliar o seu tempo entre esta profissão e o Sal da Terra?

Marcos: Não há ministério sem renúncia, tenho renunciado parte das férias, folgas, lazer... Vou dividindo os horários que não pertencem a minha atividade profissional com meu trabalho no Sal da Terra, pregando o evangelho para o meu povo querido. Além do trabalho secular e da igreja, ainda tenho que dispor de um tempo para minha família, procuro dar para eles um tempo de qualidade. De vez em quando tiro um tempinho para mim também. Não é fácil, mas Deus tem dado graça.

Blog : O que você pensa sobre este momento vivido pela igreja, com esta supervalorização da música em detrimento à palavra? E qual é a sua reação ao ver as loucuras feitas por alguns crentes em cima de um palco ou púlpito?

Marcos: A Igreja brasileira vive um momento muito complicado. Em boa parte das vezes, evangelho é pregado e vivido de maneira muito superficial. E isto tem ocorrido em todas as áreas, inclusive na música. A coisa tem partido mais para o lado do ”entretenimento gospel”, são gastos rios de dinheiro e de esforço para a galera se divertir. Muitos desmandos têm ocorrido por que a Palavra tem sido colocada em segundo plano, inclusive nas letras das músicas. Talvez pelo fato dela ser pesada aos ouvidos de quem não quer viver com coerência cristã. E para agradar aos “clientes” muita gente tem apelado para um monte de coisa que não tem nada de bíblia. Há um mercado competitivo e exigente... Eu prefiro ficar de fora.


Blog : Quais foram suas grandes influências?

Marcos: Nós começamos o Sal da Terra no apogeu das comunidades evangélicas. Nossa música ia na contra-mão daquele movimento todo. Num período onde a igreja só falava em adoração, louvor e batalha espiritual, nós chegamos com um discurso que para muitos soava como desafinado. Falar que Deus queria salvar os sertanejos, era algo totalmente anacrônico. A mídia, como hoje ainda acontece, não nos permitia conhecer quem pensava e fazia coisas diferentes. Porém, eu lembro especificamente de duas músicas: Baião, de Janires, e Já Raiou, de Josué Rodrigues. Lembro também do Vencedores Por Cristo, que conseguia vir a tona, no meio daquele movimento. Pessoas assim, nos apontavam que havia outra alternativa. Estes, e talvez outros que não lembro, nos mostraram que havia um caminho contextual brasileiro que poderíamos trilhar para falar do amor de Deus com a nossa música.

Blog : Cite um momento marcante pra você vivido em um Som do Céu.

Marcos: Conhecer o Som do Céu foi um dos lances mais marcantes do meu ministério. Participar do Som do Céu já é algo muito marcante. Este evento entrou na minha história. Na realidade, me sinto pequeno diante da grandeza do evento e não entendo por que Deus nos permite tocar no meio daquela gente tão talentosa que toca ali.

Blog : Você pode nos dizer algo sobre a importância de um evento como o Som do Céu completar 25 anos ano que vem?

Marcos: Eu fiz uma canção que diz que “o Som do Céu é o som da esperança”. É assim que eu o vejo, como um feixe de esperança de que podemos refletir, ao invés de repetir. Esperança de adorar de fato ao Senhor, ao invés de fazermos apenas caras e bocas. Esperança de procurarmos viver para dar, ao invés de viver para pedir. Que Deus guarde o SDC nos seus vinte e cinco anos e por muito mais tempo. Que Deus guarde Marcelo Gualberto e os demais irmãos que fazem este evento.

Blog : Deixe um recado para as pessoas que estarão lá no SDC ano que vem.

Marcos: Àqueles que eu conheço: Estou “tronxo” de saudade e não vejo a hora de revê-los. Aos que ainda não estiveram por lá: Apareçam, o Som do Céu é imperdível! Um beijo para todos e orem por missões no sertão nordestino.

Conheça melhor o Ministério Sal da Terra/RN. Entre em contato diretamente conosco ou com Marcos Sal da Terra. Há um Clamor No Sertão: Quem Me Valerá?
Vejas nossos Blogs: http://www.prosertaorn.blogspot.com/ http://www.progera.blogspot.com/


domingo, 20 de dezembro de 2009

Sal da Terra e Ilse Roskam

Ministério Sal da Terra e Ilse Roscam cantam a oração do Sertanejo - Coração Nordestino

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

MISSÕES NO SERTÃO: QUAL A SUA PARTE?

O Nordeste é a segunda região mais populosa do Brasil, com mais de 50 milhões de pessoas, uma das mais problemáticas do mundo. O Nordeste brasileiro tem sido alvo das mais terríveis secas registradas em nosso país; secas essas que dizimam seres humanos e animais. A seca, a injustiça social e a falta de vontade política fizeram com que os sertões nordestinos se tornassem “miseráveis” e em muitos lugares inabitáveis. No nordeste também milhares de pessoas são vítimas da pior seca e da maior calamidade: viver sem esperança de Jesus Cristo. A região do Sertão tem sido a menos evangelizada do Brasil. Cerca de 200 cidades possuem menos de 1% de evangélicos, além de muitas outras vilas, povoados e comunidades que não têm nenhuma presença da igreja de Jesus Cristo. O povo sertanejo vive escravizado por toda sorte de escravidão que você possa imaginar. Precisamos alcançar o sertão com a mensagem de esperança de Jesus. Sua evangelização é questão de honra ao nosso Deus e de socorro ao sertanejo que se degenera numa ignorância que só dá lucro idolatria ao reino das trevas. O Projeto Missionário “alcançando o Sertão” nasceu da necessidade de uma ação missionária que corresponde ao clamor do povo sertanejo. “de fato, tenho visto a aflição do meu povo... e tenho ouvido seu clamor por causa dos opressores”. (Êxodo 3: 7). Quem quer aceitar este desafio?A aflição do Povo Sertanejo é uma realidade constante e histórica.1 – As duras secas2 – Os terríveis sofrimentos3 – Os exploradores e opressores4 – As injustiças (sociais e espirituais)5 – A seca, a fome, a miséria, a falta de expectativa e esperança6 – A pior seca – Viver sem a esperança de JesusA história do Nordeste sempre foi marcada pela: Exploração, violência e preconceito. O sociólogo Gilberto Freyre disse: “O Nordeste tem uma história de uma estrutura social rígida, de senhores e escravos, de casas grandes e senzalas, de sobrados e mocambos”.A realidade atual: 15 milhões de Nordestinos Sertanejos vivendo dentro de um contexto de sofrimento social e espiritual.O Sertão Nordestino tem sido uma terra de aflição, sofrimento e opressão.Podemos ser instrumentos de libertação entre o povo sertanejo, mas para isso é necessário ação, iniciativa, generosidade, doação e disposição para ser usado por Deus na expressão de solidariedade em prol do povo sertanejo.Vamos juntos alcançar e ajudar a mudar a história deste povo. Clique na foto abaixo e veja mais fotos do Sertão


NO MESMO CENÁRIO

Numa das nossas caminhadas pelo sertão, encontramos com dois antropólogos e uma assistente social, funcionários do governo que, por coincidência, marcaram uma visita no mesmo dia e lugar em que nós estávamos fazendo um PES (Programa de Evangelização do Sertão). A impressão que tivemos é que eles não se sentiram muito confortáveis com a nossa presença, talvez por que, para alguns destes profissionais, os"crentes" atrapalham a sua tarefa de cuidar e de preservar as raízes culturais de um povo. E nós estávamos ali onde, presumidamente, se tratava de uma gente remanescente quilombola, pregando o Evangelho de Jesus que, de fato, muda a história das pessoas... Cachaceiro deixa a cachaça, "cabra brabo" fica manso, família desintegrada se recompõe, e por aí vai...Aqueles doutores que estavam ali, entrevistavam os nativos do lugar, enquanto que nós, no mesmo cenário nos movíamos para lá e para cá cuidando das nossas atividades de cunho evangelístico.Uma das nossas voluntárias, talvez por curiosidade, se aproximou do local da entrevista e ouviu o antropólogo "repórter" perguntar a uma nativa a quem entrevistava:- Você não acha que estas pessoas estão vindo ao sertão ensinar coisas que podem afastar vocês das suas tradições?- Se muda eu não sei - argumentou a entrevistada - Eu só sei lhe dizer é que muita gente já passou por aqui prometendo coisas e nunca fez nada, já os "crentes", nunca prometeram nada e estão fazendo alguma coisa por nós.O entrevistador perdeu o argumento e mudou de assunto.Eu fiquei satisfeito com este fato, pois ele testificou que, pelo menos naquele dia, estávamos agindo de maneira coerente ao Santo Evangelho. Levando amor ao invés de falácia; ajudando ao invés de implicar; cuidando ao invés de jogar conversa fora; promovendo (pela pregação da Palavra) mudança, ao invés de agir na turma do "deixa como está"; dando ao invés de esperar receber; agindo por aqueles aos quais a sociedade dar as costas, cria obstáculos, exclui; Sendo o que Deus espera de nós, mesmo que para isso tenhamos que contrariar alguns.

UM GIGANTE DE PIJAMAS



Vemos nestes dias, no Brasil, acontecer um momento de grande crescimento do "Povo de Deus". Dados estatíscos apontam que são mais trinta milhões de evangélicos que existem em nossa querida nação brasileira, um verdadeiro gigante. Este crescimento é estampado nas emissoras de rádio e tv que têm "entupido" suas grades com programas "evangélicos" que, nem sempre, têm teor adequado a proposta do Evangelho, pois não passam de balcões de comércio de artigos gospel e "bênçãos" que vão de viagens a terra santa à carrões, de mansões à iates... Um fantástico mundo de ilusões que destoa, escancaradamente, da realidade da Igreja estabelecida por Jesus Cristo.O crescimento deste gigante ("povo de Deus") torna-se notório, também, quando verificamos o quanto as ruas dos nossos centros urbanos estão ficando congestionadas de denominações, numa incrível multiplicidade de divisões de igrejas e do surgimento de novos "ministérios". Um fato que pelos resultados práticos que tem apresentado, demonstra que o crescimento está mais para "metástase" do que para expansão do Evangelho. Todos os dias aparecem novas igrejas com nomes que sugerem uma doutrina, no mínimo, questionável, como por exemplo a Congregação Anti-Blasfêmias, a Igreja Evangélica de Abominação à Vida Torta, ou ainda a Igreja Evangélica Pentecostal a Última Embarcação Para Cristo, Igreja Automotiva do Fogo Sagrado, Igreja Batista A Paz do Senhor e Anti-Globo, Associação Evangélica Fiel Até Debaixo D’Água, Igreja Dekanthalabassi, Igreja Cristo é Show, Igreja E.T.Q.B (Eu Também Quero a Bênção) e entre tantas outras denominações a Igreja Evangélica Pentecostal Cuspe de Cristo!Este "show da fé" contrasta com a realidade missionária que vivemos no Brasil, mostrando claramente que enquanto o gigante dorme sonhando com um carrão, mansão e iate... milhares e milhares de pessoas, sob as suas barbas, não têm teto, não têm pão, não sabem quem é Jesus.Nestes dias estivemos com o Sal da Terra numa das comunidades, as quais o gigante adormecido tranca os olhos. Zé Gomes, um povoado sertanejo, no município de Exu, que até então não tinha nenhuma referência do Evangelho do Nosso Senhor Jesus. E para compor a nossa equipe, Deus levantou uma jovem de vinte e quatro anos de idade, Ilse Roskam, compositora e professora de música em Amisterdã na Holanda. Ilse juntou dinheiro o ano todo para vir ao Brasil, dedicar suas férias para anunciar a Cristo, abençoar nossa nação sertaneja. (veja uma das suas participações em http://www.youtube.com/watch?v=7MHbYkeQT3M&feature=channel_page)... uma vergonha para o gigante sonhador, que reluta em ver, por exemplo, a situação do Sertão, das tribos indígenas e dos sul do país.Quanto a nós, igreja brasileira, cabe aqui um questionamento bem simples: Até quando este gigante estará deitado no esplêndido e letárgico berço da indiferença? Até quando este sonhador "capetalista", rico em slogans como "O Brasil é do Senhor Jesus", continuará com sua pífia trajetória missionária, que não se traduz em ações práticas e relevantes em prol dos não alcançados pelo Evangelho? Até quando precisaremos que o Senhor levante, de tão longe, gente que tem a mão, de fato, no arado, verdadeiramente comprometida com Cristo, para ajudar os poucos que têm se envolvido com a Sua obra em nossa terra? Temos dois exemplos distintos, o exemplo do gigante sonhador que dorme indiferente, e o exemplo de pessoas como Ilse Roskam e de outros valentes brasileiros, que têm dedicado o melhor das suas vida ao Senhor e a Sua Obra. Sonhar com superficialidades ou trabalhar para ver pessoas transformadas pelo Evangelho? Um pijama ou um arado? Qual a atitude a seguir?